Calor pode ser mais perigoso para os idosos: veja cuidados importantes

Desde o ano passado, enfrentamos uma forte onda de calor, que faz muita gente passar mal e até provocou mortes. E os idosos são um dos públicos mais afetados com as altas temperaturas, uma vez que eles têm mais facilidade em desidratar devido a três fatores.

O índice de água corporal é naturalmente menor, já que há uma diminuição na massa muscular (tecido que contém mais água do que a gordura), resultando em uma menor retenção de líquidos no corpo.

Idosos nem sempre percebem a sede (sinal de desidratação) e têm menos vontade de beber água. "Isso ocorre pois o centro cerebral que regula a sensação de sede nem sempre funciona como deveria em idosos", esclarece a geriatra Sumika Mori Lin, coordenadora do Centro de Longevidade do Hospital Japonês Santa Cruz.

Há uma menor capacidade de regular a própria temperatura corpórea, o que pode gerar maior perda de líquidos.

OS PERIGOS DO CALOR PARA IDOSOS

Em idosos, a falta de água no corpo aumenta o risco de problemas renais, distúrbios no sangue e até mesmo arritmias cardíacas, de acordo com o cardiologista José Knopfholz, decano da Escola de Medicina e Ciências da Vida da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).

"Além disso, o calor pode gerar oscilações de pressão arterial e levar a quedas e desmaios", completa o cardiologista. Os apagões ainda são potencializados pelo uso de medicamentos, como diuréticos.

As altas temperaturas ainda aumentam a probabilidade de pessoas da terceira idade terem intoxicação alimentar, uma vez que o calor contribui para a proliferação de bactérias na comida, sem contar o risco de doenças de pele devido ao suor, bem como queimaduras solares.

OS PRINCIPAIS CUIDADOS COM IDOSOS NO VERÃO

DEIXE OS LÍQUIDOS MAIS ATRATIVOS

É imprescindível que pessoas da terceira idade aumentem a ingestão de água durante o verão, para evitar a desidratação. "Uma forma de fazer isso é transforme o líquido em algo mais atrativo, para ser consumido com mais facilidade", orienta a geriatra e gerontologista Myriam Spínola Najas, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Uma das sugestões da especialista é a água saborizada com folhas como hortelã ou cascas de frutas, como abacaxi, laranja e limão.

"Outra estratégia interessante e de baixo custo é colocar pó de gelatina na água", sugere Najas. A ideia é usar uma pitada do ingrediente na bebida para deixá-la mais atrativa em sabor e cor, que podem ser variados diariamente.

A mudança na textura também pode ser uma alternativa para aumentar o consumo de água pelo idoso. Por exemplo, bata gelo no liquidificador junto com pó de gelatina ou suco de fruta para virar uma raspadinha.

OFEREÇA UM COPO A CADA HORA

O consumo de água deve ser feito aos poucos, ao longo do dia todo, para que o líquido seja mais bem aproveitado pelo corpo.

O uso de aplicativos com alarmes para indicar a hora de tomar mais um copo de água pode ser uma boa estratégia.

TENHA ACOMPANHAMENTO MÉDICO

Pacientes idosos que utilizam diuréticos devem ser monitorados e ter a dosagem de seus medicamentos regularmente avaliada por seus médicos, uma vez que não é incomum haver necessidade de reduzir as doses nesse período, para evitar perda excessiva de líquido.

MANTENHA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Na dieta, deve-se priorizar o consumo de frutas, legumes e verduras, que carregam água e contribuem para a hidratação.

REFRESQUE O CORPO E O AMBIENTE

O uso de roupas leves ajuda o idoso a transpirar menos e reduzir o risco de desidratação.

Também é fundamental redobrar o cuidado com o ambiente que o idoso está. Locais quentes devem ser evitados, mas atente-se também ao uso de ar-condicionado em exagero, pois o aparelho retira a umidade do ar, exigindo mais hidratação.

Deve-se evitar ainda a exposição ao sol nos horários de pico —entre 10h e 17h.

CUIDE DA PROTEÇÃO DA PELE

O protetor solar não pode ser esquecido, independente da exposição direta ou não ao sol. O fator de proteção deve ser alto e a textura do produto mais oleosa, para que a perda d'água da pele seja menor.

Fonte: Longevidade, UOL