Ocidente
Em muitos países ocidentais, especialmente nos Estados Unidos e partes da Europa, o envelhecimento é frequentemente associado à perda, de vitalidade, beleza, produtividade. A cultura da juventude domina a mídia e o mercado, impulsionando indústrias bilionárias de estética, bem-estar e tecnologia antienvelhecimento.
Apesar dos avanços na medicina e na expectativa de vida, muitos idosos enfrentam solidão, marginalização e preconceito etário. Em alguns casos, as instituições de longa permanência substituem o cuidado familiar, o que pode acarretar sentimentos de abandono e isolamento.
No entanto, iniciativas têm surgido para resgatar o protagonismo dos mais velhos. Projetos de moradia intergeracional, programas de mentoria e redes de apoio comunitário começam a transformar a narrativa.
Ásia: Sabedoria e reverência
Em culturas asiáticas, como as do Japão, China, Coreia do Sul e Vietnã, os idosos costumam ocupar um lugar de destaque nas famílias e na sociedade. No Japão, por exemplo, o "Respeito ao Idoso" é celebrado anualmente, e os mais velhos são vistos como portadores de conhecimento e história.
Na tradição confucionista, o conceito de filial piety (ou piedade filial) valoriza profundamente o cuidado e a obediência aos pais e avós. Isso se reflete na prática: é comum que várias gerações morem juntas ou que os filhos assumam a responsabilidade direta pelo bem-estar dos pais.
Ainda assim, esses países também enfrentam desafios modernos. Com a urbanização acelerada e mudanças nos modelos familiares, cresce o número de idosos vivendo sozinhos, uma realidade especialmente presente na Coreia do Sul.
África: Comunidade e pertencimento
Em muitas sociedades africanas, os idosos são pilares espirituais e sociais. O envelhecimento está entrelaçado com a ideia de comunidade. "Um idoso que morre é como uma biblioteca que se queima", diz um provérbio africano, ressaltando o valor do saber oral passado de geração em geração.
O cuidado com os mais velhos é frequentemente coletivo, e os laços comunitários garantem sua integração ativa na vida social. No entanto, questões como pobreza, acesso limitado à saúde e migração de jovens para os centros urbanos desafiam essa tradição.
América Latina: Entre o respeito e a mudança
Na América Latina, o envelhecimento é marcado por contrastes. Por um lado, há forte valorização familiar e respeito aos mais velhos; por outro, a desigualdade social, o envelhecimento populacional acelerado e a precariedade dos sistemas públicos de saúde e previdência tornam a velhice um desafio crescente.
Brasil, México e Argentina, por exemplo, enfrentam a necessidade urgente de adaptar suas políticas públicas para garantir qualidade de vida aos idosos, que hoje representam uma parcela cada vez mais significativa da população.
O que podemos aprender?
Comparar diferentes culturas nos ensina que o envelhecimento não precisa ser sinônimo de exclusão. Ele pode representar um novo ciclo de contribuição, aprendizado e significado. Três lições se destacam:
- Valorização da experiência: Culturas que respeitam seus anciãos tendem a manter um senso de continuidade e identidade coletiva.
- Integração intergeracional: Promover o convívio entre jovens e idosos fortalece os vínculos sociais e reduz o preconceito.
- Cuidados humanizados: A velhice exige políticas públicas eficazes, mas também empatia, presença e respeito.
Enquanto o mundo envelhece, talvez o maior aprendizado seja este: cuidar bem dos idosos de hoje é cuidar do nosso próprio futuro.
https://vivamaisvida.com/terceira-idade-global/
https://www.domsenior.com.br/o-papel-dos-idosos-em-diferentes-culturas-sabedoria-respeito-e-status-social/
https://velhoeaprendiz.com.br/envelhecimento-no-oriente-e-ocidente/
https://www2.ufjf.br/facssocial/wp-content/uploads/sites/521/2025/02/diretrizes-internacionais-e-conceito-velhice-1-2.pdf
https://bibliodigital.unijui.edu.br:8443/server/api/core/bitstreams/c2074941-67eb-4461-86a9-3e9cf697f728/content