Doença Celíaca: quando o glúten vira um inimigo silencioso.

Intolerância ao glúten pode surgir em qualquer idade, inclusive após os 60 anos e merece atenção aos sinais

A Doença Celíaca é uma condição autoimune desencadeada pela ingestão de glúten, proteína presente no trigo, centeio e cevada. Quando uma pessoa celíaca consome alimentos com glúten, o sistema imunológico reage de forma inadequada, provocando inflamação e lesões na mucosa do intestino delgado. Isso prejudica a absorção de nutrientes e pode causar uma série de sintomas digestivos e sistêmicos.

Embora o diagnóstico seja mais comum na infância, muitos casos aparecem apenas na vida adulta ou na idade idosa. Por isso, é essencial que pessoas com desconfortos intestinais persistentes ou perda de peso sem causa aparente procurem um médico gastroenterologista.

Sintomas que merecem atenção

Os sinais da Doença Celíaca podem variar bastante, o que muitas vezes atrasa o diagnóstico. Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Diarreia crônica ou constipação;
  • Distensão abdominal, gases e dor abdominal;
  • Perda de peso sem causa aparente;
  • Anemia e cansaço frequente;
  • Osteoporose ou enfraquecimento ósseo;
  • Irritabilidade, depressão ou dificuldade de concentração.

Em idosos, os sintomas podem ser confundidos com outras condições, como síndrome do intestino irritável ou efeitos colaterais de medicamentos. Daí a importância de uma avaliação médica detalhada e exames específicos, como a dosagem de anticorpos no sangue e a biópsia intestinal.

Tratamento e qualidade de vida

O tratamento é simples na teoria, mas desafiador na prática: excluir totalmente o glúten da alimentação. Isso significa eliminar pães, massas, bolos, biscoitos e outros produtos feitos com trigo, centeio ou cevada.
Hoje, há cada vez mais opções de alimentos sem glúten disponíveis no mercado, o que facilita a adaptação.

Com o acompanhamento de um nutricionista, é possível montar uma dieta equilibrada e saborosa, garantindo o consumo adequado de fibras, ferro, cálcio e vitaminas do complexo B, nutrientes que muitas vezes ficam prejudicados pela restrição alimentar.

Além da alimentação, é fundamental manter o acompanhamento médico regular, já que a doença celíaca não tratada pode levar a complicações como osteoporose, infertilidade e até um tipo raro de linfoma intestinal.

Conscientização e apoio

Conviver com a Doença Celíaca requer atenção, mas também é um exercício de autocuidado e informação. O apoio da família, dos amigos e dos profissionais de saúde faz toda a diferença na adesão à dieta e na qualidade de vida.

Como reforça o Ministério da Saúde, “a exclusão completa do glúten é o único tratamento eficaz”. Por isso, conhecer a doença e respeitar os limites do corpo são atitudes fundamentais para envelhecer com mais saúde e bem-estar.

 

Referências bibliográficas

- Ministério da Saúde (Brasil). https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/maio/ministerio-da-saude-chama-a-atencao-para-o-diagnostico-da-doenca-celiaca-que-acomete-pessoas-de-todas-as-idades

- https://www.fenacelbra.com.br/

- https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8793016/